Às
vezes é como excluir um blog. Definitivamente.
Ou não querer saber os segredos que a família guarda nas gavetas
do
guarda-roupa do parente que se foi. É mais uma questão de momento. Que
os
últimos créditos do celular fecundam os piores SMS. E o derradeiro gole
da
cerveja em lata, aquele gole morno, às vezes é preciso tomar sem
fazer
careta. Puxar o band-aid com força, com raiva, para que a ferida reste
exposta diante dos olhos de todos. Latejando minúsculas nascentes de
sangue. Às vezes é
preciso descer um balde ao fundo do poço e puxá-lo torcendo para que
suba só a
corda. Para que a sede, finalmente, morra de sede. Verbalizar sem emoção
alguma
a palavra rude que traz consigo a contundência capaz de quebrar um
nariz.
Aquele ato meticulosamente pensado porque não pode ser repensado. Às
vezes tão
irrevogável quanto o pai de família que chega em casa e mete um cano na
boca e
aperta o gatilho.
3 comentários:
Mas num fecha esse aqui não, viu?Prefiro te ler por aqui que por lá...vai ver é meu saudosismo aos formatos antiquados, especialmente o livro.
Beleza, meu rey, sempre alimentarei isso aqui.
Iêbaaa!
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