segunda-feira, 31 de maio de 2010

ALÉM DA TV OKAZAJO (II)

Nos dias 11, 12 e 13 de junho, a peça Pai e Filho (a partir do livro Carta ao Pai, de Franz Kafka) - com direção de Marcelo Flecha e atuações de Cláudio Marconcine e Jorge Choary - estará em cartaz no Teatro Ferreira Gullar. A entrada é franca (de Francisco Franco Bahamonde, ditador espanhol): só receberá ingresso quem for seguidor do blog da Pequena Companhia de Teatro. Meses atrás, por ocasião do aniversário de Nice Rejane, o Cláudio me disse que não gosta da literatura kafkiana. Por achar o autor theco muito superficial, prefere obras como Vinte mil léguas submarinas e Viagem ao centro da terra. Abaixo, um pequeno bate-papo virtual com o supracitado ator.


Se você é um ator, o que é ser um ator?

sou ator porque tenho reconhecimento, através de um carimbo, da profissão, na minha carteira de trabalho, pelo ministério do trabalho. como se fosse um certificado, saca?! paralelo a isso, estou sempre em processo de representação, isto é, estou sempre atuando. ser ator é estar com o corpo preparado para a representação de alguma coisa, sempre ter algo a dizer com o teatro. defino minha atuação em teatro porque não me vejo em televisão ou cinema (não ainda em se tratando de cinema), pois sei que é um tipo de ator diferente, com preparação diferenciada.


Pra fazer teatro é preciso exercício, transpiração, estudo? Ou basta nascer com o cu virado pra lua?

foi-se o tempo que o cu importava ou a conjunção astral ou planetária. hoje, precisa-se ter técnica. entretanto, há outra questão, pois você pode ter vários atores com uma mesma técnica, mas um tem um bilho, digamos assim, diferente. talvez seja o processo criativo, o tesão, o vigor além da técnica, não sei bem ao certo. não acredito no ator que faz canto, sapateado, circo, balé... acredito naquele ator que determina seu caminhar e está sempre pronto - fisicamente falando.


Como é ser o pai? Como é não ser o filho?

acredito na santíssima trindade, ou no triângulo do desperdício. somos múltiplos, sempre. carregamos conosco referências de nossos pais, mães, filhos dos outros, sobrinhos, televisão, cinema, livros, e teatro. ser o pai é representar a repressão da sociedade sobre nossos ombros, mas sempre dando uma brecha, uma fresta para o ser se rebelar, acho que a sociedade força os incautos e liberta/rebela os marginais. gosto de ser marginal, mesmo uma parte minha querendo ser enquadrada. o pai também tem isso, ele é forjado e ao mesmo tempo forja. não ser o filho é perceber parte do pai nele. há uma necessidade de continuidade, de eternização da espécie. não ser o filho é querer ser um pouco ele no pai.


Você, um adarilho, já conheceu algum mar com Cine?

dizem que sou nômade. incorporo um pouco isso, mas não é proposital, o vento me leva, ainda não tenho relação de pertencimento com algum espaço geográfico, físico. sinto falta disso. encontro mares e cines em quase todas as pessoas que eu conheci. acho que é isso que me aproxima delas.

domingo, 23 de maio de 2010

TERÇA CULTURAL

BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BAR DO BECO BACO BACO BACO BACO LAMBAU BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO PIRA BACO BACO BACO BMX BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO B BACO BACO BACO BACO BACO 25 DE MAIO BACO BACO BACO BACO BACO CERPA BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO REGINALDO PARENTE BACO BACOBACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO 21H BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO BACO

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA E VIOLÊNCIA NO CAMPO

Minha amiga Vanusa Babaçu, a "Chegante", realizará na próxima terça, 25 de maio, a partir das 15h, no CESI/UEMA, a exposição fotógráfica Andanças e Olhares. No mesmo dia e local, será relançado o já clássico livro Grilagem: corrupção e violência em terra dos Carajás (de autoria do Pe. Victor Asselim), um importante documento sobre o ápice da repressão estatal e ruralista contra o campesinato na nossa região. Dois eventos imperdíveis. Dois motivos para nos vermos por lá.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

JOTABÊ MEDEIROS E A VIRADA CULTURAL

Que olhar maravilhoso do jornalista Jotabê Medeiros (link do blog ao lado) sobre a "Virada Cultural" de São Paulo.
*
VIRE-SE


[palco de um homem só, por volta das 14 horas de domingo]

Na Virada, temos de encarar o bafo dos nossos bêbados chatos, nossa falta de educação, de modéstia, nosso egoísmo, a falta de cavalheirismo, o oportunismo.

A Virada escancara nossa feiura paulistana, a carência crônica, a fragilidade existencial. O ser humano cronicamente inviável mostra sua cara na Virada, mijando no poste, quebrando garrafas de vodca e espalhando cacos de vidro, jogando caixas de CDs velhos na calçada, empurrando grosseiramente os fãs que tentaram guardar lugar na primeira fila para ganhar no grito o lugar.

Na Virada, somos obrigados a concordar que o casal de idosos dançando juntinho é bacana, é emocionante, mesmo que a música seja Entre Tapas e Beijos, que a gente não gosta.

Na Virada, a gente se emociona com artistas que não têm mais plateia ganhando uma de “presente”, ao menos durante uma hora.

Na Virada, eu vi um mendigo furtando o algodão doce de um velho vendedor que não teve energia para persegui-lo.

Na Virada, os exibicionistas afetivos fazem carícias íntimas e se beijam com um olho aberto, olhando para ver se alguém está vendo, pois não é possível ser lascivo sem testemunhas.

A Virada revela nosso pior lado burguês, quando a gente dá graças a Deus por ter dinheiro suficiente para descansar no restaurante, enquanto o povaréu se espreme na Avenida São João; quando a gente dá graças a Deus pelo crachá que dá acesso à área reservada, sem precisar ser espremido nas grades.

Este ano eu vi um lado interessante na Virada.

Não, não mudei de ideia em relação à relevância artística, continuo achando que a Virada não é o melhor lugar para quem procura pelo novo, pela invenção. Claro, foi bacana rever o Arrigo no Largo do Arouche, os escudeiros de Frank Zappa na Avenida São João. Mas tem muita farofa e pouco peru nesse banquete.

Mas, nesse espelho fosco que é a Virada, consegui finalmente ver pelo menos um lado interessante: é nela que somos obrigados a uma forçosa convivência com o “vizinho” de São Paulo que evitamos cumprimentar o ano todo no elevador ou na saída da garagem. O vizinho motorista pelo qual desenvolvemos ódio mortal no trânsito por conta de uma fechada, ele está ali do lado na Virada, com o filho vestindo a camiseta do Corinthians.

Toda São Paulo está maciçamente representada nessa monstra, do bêbado ao crackeiro, do batedor de carteiras ao policial relapso, da adolescente sonhadora ao travesti bonito. É a noite em que não adianta usar álcool gel para não se contaminar. A cidade renegada está te pedindo uma ponta de cigarro.

LAERTE

segunda-feira, 17 de maio de 2010

TERÇA CULTURAL

BAR DO BECO

Sob os auspícios do mestre Lambau, acontecerá amanhã, 18/05, mais uma edição da Terça Cultural, no Bar do Beco, ao lado do Teatro Ferreira Gullar. Dizem que a ideia do evento nasceu quando o Lambau estava bêbado no Bar no Claudeci. Consta que ele dormia profundamente numas das mesas do referido ambiente, quando, ao pender a cabeça bêbada para o lado esquerdo do corpo, sonhou que reabriria o lendário bar. Sonhado e feito: na manhã seguinte, ao acordar, ele bebeu o resto de cerveja do copo sujo (com uma mosca dentro, ainda esperneando) e rumou para o Ferreirinha. À noite, sóbrio e bem vestido com trajes de Pai de Santo, lá estava ele na portaria recepcionando o público. Em conversa por telefone com este Tia de Calçada, o agitador cultural frisou que a atração desta terça ainda é segredo, mas deixou escapulir que será uma das melhores saladas musicais da última semana.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

CINEMA NO TEATRO

PROGRAMAÇÃO DO MÊS DE MAIO

03/O5 - O GRANDE DITADOR, de Charles Chaplin
Proponente responsável: Antônio Fabrício

10/05 - AS INVASÕES BÁRBARAS, de Dennys Arcand
Proponente responsável: Carlos Leen

17/05 - NÃO MATARÁS, de Krzysztof Kieślowski
Proponente responsável : Anderson Lima

24/05 - O MUNDO IMAGINÁRIO DO DR. PARNASSUS, de Terry Gillian
Proponente responsável : Nice Rejane

31/05 - MOON, de Duncan Jones
Proponente responsável: Gabriel Mendes

O Projeto Cinema no Teatro funciona no Teatro Ferreira Gullar, na Rua Simplício Moreira, centro de Imperatriz, sempre às segundas, sempre às 19h, sempre com entrada gratuita.

P.S.:A partir do mês de maio, a programação do Cinema no Teatro passou a ser definida por seus frequentadores. Cada pessoa, via comunidade no Orkut, pode indicar um filme. Cada indicação deve ser fundamentada através de um texto de até mil caracteres. Se o filme for selecionado, a exibição ficará a cargo do proponente, além do debate após a projeção do filme. Mais detalhes sobre a programação de maio no blog do Cinema no Teatro.