terça-feira, 25 de junho de 2013

HAVERÁ UM DIA

Haverá um dia que não retornarei mais da rua. O telefone tocará dentro do bolso da calça até a ligação cair na caixa postal. Um tiro? Os pneus de um caminhão? Um curto-circuito no peito? Haverá um dia que não abrirei mais, bêbado, a porta de casa. Adeus, constas a pagar. Adeus, vidinha medíocre e a prazo. Haverá um dia que não sentirei mais aquela necessidade fremente de meter uma bala no céu da boca. A morte é uma torneira que seca ou um cano que estoura? Haverá um dia que não esquecerei mais de levar a tolha para o banheiro. Cru, dentro da frigideira, dentro fogão, apodrecerá um bife temperado pela velha mãe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que é uma bomba que chupa...