Haverá um dia que não retornarei mais da rua. O telefone
tocará dentro do bolso da calça até a ligação cair na caixa postal. Um tiro? Os
pneus de um caminhão? Um curto-circuito no peito? Haverá um dia que não abrirei
mais, bêbado, a porta de casa. Adeus, constas a pagar. Adeus, vidinha medíocre
e a prazo. Haverá um dia que não sentirei mais aquela necessidade fremente de
meter uma bala no céu da boca. A morte é uma torneira que seca ou um cano que
estoura? Haverá um dia que não esquecerei mais de levar a tolha para o banheiro. Cru, dentro da frigideira, dentro fogão, apodrecerá um bife temperado
pela velha mãe.
Um comentário:
Acho que é uma bomba que chupa...
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