sábado, 11 de fevereiro de 2012

MELANCHOLIA - LARS VON TRIER

 Três da manhã. Madrugada atípica, frio atípico. Às seis busco o chuveiro do quintal depois de assistir ao filme Melancholia. A água sempre quente do Conj. Vitória cai sobre a minha cabeça e faz o meu corpo fumaçar. No céu nenhum astro, nenhum pássaro. Apenas pequenos estratos de nuvens singram a tímida aurora, o que indica, segundo as mitologias sertanejas, que hoje morreu ou morrerá alguém que eu conheço. Terá sobrevivido a velha cachorra que fora atacada, antes de ontem, pelo pitbull do vizinho? Na casa ao lado, o feroz cachorro late e corre freneticamente arrastando a sua corrente pelo piso cimentado. Por um momento, eu penso na possibilidade dele pular o muro que separa as nossas vidas. Desligo o chuveiro para me ensaboar. A morte é uma torneira que seca ou um cano que estoura? Religo o chuveiro para escoar o Palmolive. Lembro do final do filme e meus pelos se eriçam. Vou pedir pra minha mãe fazer café com bolo frito. Depois, me perfumarei para comprar uma camisa nova.

2 comentários:

Iuri Petrus disse...

É...esse filme me provocou bastante.

Anônimo disse...

Pois eu saí estafada do cinema.
Somayra